quinta-feira, 2 de julho de 2009

02/07/2009 - 10h45

Airbus da Air France que caiu com 228 a bordo não se partiu no ar, diz relatório

Do UOL Notícias
Em São Paulo
*Atualizado às 12h16

O relatório preliminar sobre o acidente com o voo AF 447, que caiu perto da costa brasileira no último dia 31 de maio com 228 pessoas a bordo, afirma que o avião da Air France não foi destruído no ar, mas quando caiu no Oceano Atlântico.

"O avião parece ter impactado a superfície da água em linha de voo, com forte aceleração vertical", afirmou Alain Bouillard, investigador-chefe da agência reguladora francesa BEA (Escritório de Investigação e Análise), ao apresentar o relatório nesta quinta-feira, em Le Bourget, cidade próxima a Paris.



Bouillard explicou que o Airbus bateu na água com a parte inferior da fuselagem. O leme da aeronave ainda fixado na sua estrutura. A BEA analisou 640 elementos do avião.

Segundo o relatório, não foi possível determinar a velocidade do impacto do Airbus no mar.

Buscas pelas caixas-pretas
Pouco mais de um mês após o acidente, as caixas-pretas ainda não foram encontradas. Segundo Bouillard, as buscas pelos equipamentos vão continuar até 10 de julho.

"Nos aproximamos do fim da emissão acústica das balizas. Esta primeira fase de busca irá terminar no dia 10 de julho", disse Bouillard.

Depois desta data, a segunda fase de busca terá início. Durante esta etapa, que durará um mês, as buscas serão feitas por meio de uma sonda.

O navio de exploração submarina 'Porquoi pas?' irá liderar as buscas. A tarefa é complexa, já que a procura pelas caixas-pretas é feita entre 3.000 e 3.500 metros de profundidade, no Oceano Atlântico.

Tubos de Pitot não são a única causa
Apesar do relatório e das análises, a BEA ainda está longe de descobrir as causas do acidente, segundo Bouillard.

De acordo com os investigadores franceses, os sensores de velocidade foram um fator, mas não a causa do acidente com o avião da Air France.

Bouillard disse que os sensores, chamados de tubos de Pitot, não podem ser considerados o único fator que levou à queda do Airbus.

Uma das mensagens automáticas emitidas pela aeronave indicou que o avião estava recebendo informação incorreta de velocidade dos instrumentos de monitoramento externos, e isso poderia desestabilizar os sistemas de controle.

Alguns especialistas dizem que os tubos de Pitot podem ter se congelado em pleno ar.

Tentativa de contato com Dakar
Os pilotos do voo AF 447 tentaram contato com Dakar, capital do Senegal, por três vezes, todas sem sucesso. A falha pode ter ocorrido porque Dakar não recebu o plano de voo.

"Isto não é normal", disse Bouillard, explicando que o controle do voo deveria ser passado dos controladores do Brasil para os do Senegal.

O investigador também afirmou que a França ainda não conseguiu acesso às necropsias dos corpos levados ao Brasil.

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